3/14/2011

CONVERSÃO

Nada mais oportuno do que falar sobre conversão nesse tempo de Quaresma.
Quando falamos de conversão é preciso antes dizer sobre o pecado, ao menos em sua definição. O pecado em grego é amartia que tem o sentido de errar o alvo. Podemos dizer que de certo modo que quando pecamos estamos buscando alguma satisfação para nossa vida. Acontece que de uma maneira desastrosa, pois nessa busca acabamos por errar o alvo e trazer uma satisfação meramente aparente.
Conversão é então mudar de direção, buscar realizar da maneira certa. Entretanto, essa mudança não é apenas uma mudança de comportamento e atitudes. É na verdade uma mudança em toda a dimensão do ser humano conforme 1Tes 5, 23 “corpo, alma e espírito”. Uma mudança no próprio “eu”. Assim, temos um encontro com o nosso verdadeiro “eu”, o “eu” criado a imagem e semelhança de Deus. Reintegra-se dessa forma a harmonia cósmica estabelecida na Criação conforme o relato de Genesis. O termo utilizado para conversão nesse sentido é conversão do coração.
A conversão do coração nos faz voltar à casa do Pai, nosso verdadeiro lar, casa que o pecado nos exilou (conf. Catecismo da Igreja 2795).
A prática do jejum, da oração e da esmola (caridade) devem ser sinais concretos dessa conversão, devem partir do nosso coração e não ser apenas uma observância formal de uma recomendação.
Portanto, a conversão não é somente um dia, já que é uma mudança em nível profundo. Em cada instante que o pecado nos tenta levar para longe da casa do Pai, a conversão deve acontecer renunciando ao pecado e fazendo a opção por permanecermos sempre em Deus. Deixando o nosso verdadeiro eu, resplandecer a face de Cristo em nosso testemunho de vida.

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